NILO CECHELLA
- neto de Luigi Cecchella -
Sobrenomes nesta página: ACHUTTI, BENADUCE, CECHELLA, CECCHELLA, DIAS.
Outros textos sobre NILO CECHELLA, escritos por sua nora Lúcia Dias Cechella, seus netos Luiz Fernando Cechella Júnior e Cristiano Dias Cechella e por sua sobrinha Maria Helena Cechella Achutti.
Nilo, sogro-amigo
Lúcia Marina Dias Cechella
Lembrar
de suas opiniões maduras,
de seu conforto quando nas dificuldades,
de sua acolhida quando o visitávamos – morava longe,
de nossas caminhadas por lugares pitorescos, próximos a sua morada,
das comidas gostosas que nos preparava,
das cucas saborosas,
dos abraços saudosos, bem apertados,
das pequenas – grandes lembranças que nos oferecia,
das palavras doces e cuidadas que dizia,
das Páscoas com afeto e com chocolate,
dos Natais com amor e, com bombons, enfeitando suas árvores natalinas,
da simplicidade dos seus gestos,
da autenticidade do seu modo de ser,
de sua bondade,
do médico estudioso e competente,
do pai que se revelou no trato com os netos,
do avô – carinho que dava colo,
do avô – vivência que aconselhava,
do amigo incondicional,
de sua resignação no sofrimento,
do homem bonito retratado em fotos,
do cavanhaque, que ainda jovem adotou,
do médico amigo à cabeceira dos leitos,
de seu sorriso, às vezes, triste sorriso...
de sua alegria quando da alegria dos outros,
de ele ter sido feliz por ter servido,
de ele ter sido cidadão,
de sua vida...
Lembrar, o sogro - amigo:
faz-me agradecer a Deus por me ter permitido com ele conviver
e leva-me a sentir uma amena e intensa saudade.
Vô Nilo (Dr. Nilo)
Luiz Fernando Cechella Júnior
Recebi a visita de um casal de 82 e 85 anos que residiram em Agudo, e conheceram o Dr. Nilo no final dos anos 30, início dos anos 40.
Ele contou que foi “operado” de apendicite e a esposa teve o seu primeiro filho sob os cuidados do doutor. Lembram de uma enfermeira chefe muito mal humorada, porém o doutor estava sempre de bom humor e esperando que o trabalho lhe desse folga para uma pescaria; conheceram a vó Emília, seus dois filhos (um de olhos claros, o outro de olhos escuros - “muito bonitos” - a tia ainda não tinha nascido).
Nilo Cechella com a família, passeando em Porto Alegre - 1948.
Do passado médico do Vô, tenho ouvido somente histórias elogiosas, e fui procurado por este casal (como médico), por ser seu neto.
Do avô Nilo, lembro dos almoços que tinham sempre arroz com galinha, muita radice e tomate (da carne de porco porque era feita para quem não gostava de galinha, eu), das cucas da Irma (ele tirava a dentadura para saboreá-las melhor), dos jogos de bocha que duravam a tarde toda, das árvores de Natal, decoradas com bombons, da Picada do Rio, da casa próxima do hospital, das histórias dos “peludos” (de carro) que tirava quando ia ver pacientes em locais de difícil acesso.
Lembro também de ele ter dito que eu deveria ser exemplo e não seguir, simplesmente, o exemplo dos outros; acredito que, além de uma orientação, quis dizer-me que tentou fazer sempre o melhor. Considerando os limites do ser humano, acredito que conseguiu, pois deixou muita saudade.
Meus avós Nilo e Emília
Cristiano Dias Cechella
Guardo com muitas saudades e recordações os momentos que passei com meus avós, Nilo e Emília. Agradeço a Deus todo o amor e exemplos que me deram: meu avô, bondoso e sábio, o qual tinha uma visão aberta e ampla da vida, me estimulando a confiar em mim mesmo, a enfrentar os desafios, sempre com respeito aopróximo e otimismo; minha avó, uma grande companheira e amiga, também com qualidades que marcaram o meu jeito de ser. Mas também é muito difícil falar sobre eles, pois, com certeza, sempre esquecemos de escrever fatos, momentos e qualidades preciosas.
Defeitos? Sim, tiveram, como todos temos, e os compreendo. Assim como falhei de alguma forma com eles, e tenho certeza que compreenderam e perdoaram.
Sei que um dia vou revê-los, e espero reviver os momentos felizes que passamos juntos, e inventar outros...
Tio Nilo, expressão de carinho
Maria Helena Cechella Achutti
Lembra a figura de pai: simples, de coração bondoso! Pelo seu modo de ser, se aproxima do vovô Luiz... um pouco do seu jeito de brincar com as situações do cotidiano.
Recordamos suas primeiras expressões de carinho, os cartões postais por ele enviados, enquanto estudante do Curso de Medicina em Porto Alegre. Além das felicitações que trouxeram, eles se transformaram em imagens de nossa infância pela beleza das ilustrações que apresentavam e, também, em objetos de brinquedo, junto com as bonecas, casinhas... De uma certa forma, o receber e transmitir mensagens hoje, nos reporta à figura representada em um dos cartões recebidos quando Lia completava seis anos: um menino com uma carta e um buquê de flores caminha em direção a uma menina e seu cachorrinho que estão à janela curiosos e surpresos!
Embora não tenhamos vivenciado, lembramos pelo que mamãe contava, tio Nilo muito pequeno, tentando acompanhar Luiza e as outras crianças quando se aventuravam a colher frutinhos vermelhos encontrados no caminho, em suas andanças na propriedade dos avós, do Pinhal. Em certa ocasião, Nilo ganhou um bichinho branco de pelúcia do seu padrinho, Luiza resolveu lavá-lo, colocando-o, depois, dentro do forninho do fogão para secar!
Quando fomos morar em Agudo, papai trabalhando na Farmácia, o tio Nilo, como médico formado há pouco mais de um ano, era nossa referência. Ele e tia Emilia nos acolheram em sua casa nos primeiros dias. Sentíamos tio Nilo fazendo parte daquela comunidade como se a ela tivesse sempre pertencido. Tivemos a oportunidade de conhecer um pouco do seu dedicado trabalho sem medir distâncias, horário, pessoas ou enfermidades.
Seu consultório particular fazia parte da casa onde morava:local claro, tranqüilo, despojado... eu gostava de olhar/espiar através da porta quando aberta; não o invadia, não porque alguém impedisse, mas porque o sentia um tanto intocável... era diferente das demais peças da casa! Hoje, fico a pensar que esse sentir o local de trabalho tem muito a ver com o ser humano, médico - tio Nilo.
Passados vários anos, em uma das vezes que fomos visitá-lo, me chamou a atenção um único pequenino quadro na parede da sala de jantar. Era a fotografia do vovô Luiz e da vovó Amantina, seus pais. Estava, ali, naquela parede estampado seu modo simples e seu coração afável.
No nosso dia-a-dia, de quando em quando, surge uma agradável pergunta: “....és Cechella ?! ...o Dr. Nilo... foi médico da nossa família...”; alegres respondemos, “... é irmão da minha mãe!”. Por vezes é um outro Nilo que nos interroga!
MINHA MÃE: EMÍLIA AMABÍLIA
Luiz Fernando Cechella
Seus pais, Luiz Benaduce e Catarina, foram meus padrinhos. Luiz, forte, amável com todos, sempre esteve próximo do meu coração. Catarina, muito pouco a conheci. A lembrança que tenho é de vovó doente, tratada incansavelmente por meu pai e rodeada por sua filha Conceição, também incansável no seu zelo pela sua mãe.
Emília era forte e perseverante. Frágil e corajosa, muito sensível, conforme suas palavras. Reservada, de vida interior muito profunda. Dedicava-se à leitura, principalmente pensadores, historiadores, filósofos. Habilidosa, realizava trabalhos manuais como: costura, tricô, crochê.
Em matéria de moda assinava as boas revistas da época. Gostava de sempre se apresentar bem. Também dedicou algum tempo à pintura. Guardo comigo algumas telas pintadas por ela. Conseqüência da educação recebida, desenvolveu habilidades e gostos refinados, que a acompanharam durante toda a vida.
Quando se casou, foi para o interior, tendo de adaptar-se à realidade local. Sempre foi uma mãe amorosa, preocupadíssima com os seus filhos e seu futuro.
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