ANNA MARIA, REGINA e MARIA LUIZA CECHELLA
- filhas de LUIGI CECCHELLA.


Em pé, da esq. para dir.: Anna Maria e o esposo Cristiano Frick, Maria Luiza (ainda menina) e
Amantina Adamy e o esposo Luiz Cechella. Sentadas, da esq. e dir.: Regina e sua mãe Maria Luiza Link Cechella.




Sobrenomes nesta página: ACHUTTI, CECCHELLA, CECHELLA, FRICK, HOLLERBACH, KLEIN, PILUSKI, SCHREINERT, ZIMA.

O casal LUIZ CECHELLA e AMANTINA ISABELLA ADAMY teve quatro filhos: Luiz (1889), Anna Maria (1890), Regina (1894) e Maria Luiza (1902).



AS TRÊS IRMÃS: ANNA MARIA, REGINA e MARIA LUIZA

Lia Maria e Maria Helena Cechella Achutti, sobrinhas-netas.

Depois do Luiz, ANNA MARIA.
Foi a segunda criança da família, batizada na Capela da Visitação de Nossa Senhora, da freguesia de São Pedro do Bom Jardim, como seu irmão Luiz. Por ser a mais velha das meninas, acompanhou a luta e as conquistas do trabalho da mãe e do pai, o que a levou a ter, durante sua vida, firmeza em seus propósitos.

Como esposa, mãe e avó, sempre foi aquela fortaleza carinhosa e pronta para ajudar em momentos difíceis e alegres. Sua casa era o aconchego.

Foi casada com CRISTIANO FRICK nascido na Alemanha. Eles conviveram muito de perto com suas filhas CECÍLIA e AURA, as moradias eram muito próximas. Os genros foram dois irmãos da família Piluski, Wladislau e André.

Inspirando-se em sua mãe, Anna Maria, muito estimada e conhecida na cidade, exerceu a profissão de parteira por longos anos.

Cristiano, de profissão mecânico, prestou serviços por ocasião da construção do Hospital de Caridade em Santa Maria.


REGINA, a segunda menina.
Mulher batalhadora, abnegada, com o coração sempre aberto e presente em todos os momentos da família: do Ernesto Zima seu marido, mecânico nascido na Áustria, dos filhos CELINA, ERNESTINA, ERNA e FRANCISCO LUIZ, dos netos e dos sobrinhos que foram tantos!

Visitar a tia Regina, passar uma tarde com ela e o tio Ernesto era uma festa, grande felicidade para todos nós.

Aos domingos ou sábados, comumente, oito a dez pessoas, entre filhos, sobrinhos e netos saboreávamos o delicioso café da tarde, ao redor de uma mesa de madeira, retangular; alguns de nós preferindo e esforçando-se por conquistar espaço no banco comprido também de madeira que ficava junto à mesa.

Um quadro, colocado acima da porta comum à cozinha e a sala, chamava nossa atenção: sobre um fundo preto, uma frase bordada com linhas coloridas e com fios prateados e dourados.

Pertencera, ao que nos parece, à mãe do tio Ernesto; era quase uma relíquia. A frase bordada era esta: “Betet und Arbeitet, so hilft Gott Allezeit” (Orai e trabalhai, assim Deus ajuda todo tempo).

Uma peculiaridade desta casa tão querida era a existência de um painel com pensamentos, frequentemente renovados, escritos com letra cuidadosa e colorida pela prima CELINA. Ao chegar, tínhamos curiosidade em ver o que de novo o painel nos apresentava. Entre as anotações da vó Ina (tia Regina): “Perdoa e serás feliz”!

Como tia Regina e tio Ernesto moravam em uma pequena chácara no sopé do morro, próximo à família Link, na época das frutas, todos eram presenteados com laranjas, bergamotas, caqui, pêra e uva. Com uma taquara apropriada, o tio Ernesto nos ajudava a colhê-las, principalmente, junto às laranjeiras e pereiras que eram altas.

O jardim era simples, mas muito especial, repleto de flores da estação. Várias mudas de flores vieram para o jardim de nossas casas e, para sempre, ficaram denominadas “flores-da-tia-Regina”.

Havia uma fonte de água, proveniente dos morros próximos; ao seu arredor, copos-de-leite verdejantes!

A tia Regina aproveitava retalhos para montar colchas, almofadas e cortinas, com simplicidade e bom gosto; conseguia dar um toque muito particular na decoração da casa. O mesmo método usava na confecção e transformação de roupas para ela, os filhos e o marido. Recortava sacolas de plástico, formando tiras e junto com barbante fazia crochê, formando outras sacolas bem originais e resistentes que eram vendidas na vizinhança ou entre os colegas do tio Ernesto na Cooperativa da Viação Férrea.

Acompanhava os acontecimentos pelo rádio ou pelo jornal e, sempre que íamos visitá-la, transmitia as novidades. Trocávamos assuntos e idéias.

Muitas e muitas vezes, sentamos sob o arvoredo ou a parreira de uvas moscatel, formando uma roda, conversando. O Aloyzio, menino ainda, gostava de levar um almanaque para ler as piadas e fazer as adivinhações com os tios. Adivinhações era assunto que eles muito gostavam de fazer, também colocar bilhetes com dizeres no jardim para que fôssemos procurar.

Tiveram dois cães e gatos que só faltavam falar! Era curioso, à tardinha, quando ouvia-se o apito das oficinas da Viação Férrea indicando o final da jornada de trabalho, as galinhas se dirigiam ao portão por onde tio Ernesto costumava chegar. Sua primeira providência era alimentá-las.

Quando a filha CELINA lecionava, mesmo morando em Porto Alegre, já casada, a tia não dispensava o envio de pacotes, coisas feitas por ela, notícias, revistas e jornais. Da mesma forma procedeu com o filho FRANCISCO LUIZ que morou no Rio de Janeiro por algum tempo. Ela foi visitá-lo por ocasião do seu embarque no navio para uma viagem à Europa. Viajou, por alguns meses, prestando serviços; a troca de correspondência foi grande. Bem cedinho, tia Regina ia ao Correio, no centro da cidade para despachar os pacotes e por várias vezes, quando subíamos a rua Floriano Peixoto ou a Avenida Rio Branco para o colégio, a tia já vinha de volta com sua missão cumprida. Comumente, ela aproveitava para, na volta, a pé, passar em nossa casa ou na casa do vovô Luiz.


MARIA LUIZA, a mais moça de todos
Segundo relato do seu filho Hugo, MARIA LUIZA realizou seus primeiros estudos num internato, em Vale Veneto, período em que descobriu os seus pendores e gosto pelos trabalhos manuais. Era costume, na família, confeccionar suas próprias roupas e MARIA LUIZA procurou aperfeiçoar-se com a senhora Virginia Hollerbach que, na época, ensinava corte e costura em Santa Maria.

Enquanto jovem e, como adulta, MARIA LUIZA dedicou-se aos afazeres domésticos; foi também uma sensível apreciadora da música, chegando a tocar cítara.

Com dezenove anos casou-se com ADOLPHO SCHREINERT nascido em Encantado, filho do imigrante alemão Guilherme Schreinert e de Catharina Klein. MARIA LUIZA e ADOLPHO tiveram quatro filhos: Helio, Hugo, Hedy e Ennio. Filhos esses que enriqueceram a família com oito netos e quatorze bisnetos.

HUGO, hoje com 85 anos, narra com carinho o diálogo que teve quando menino com nosso avô Luiz, seu padrinho e tio: “...admirado quando Luiz dizia que tinha feito os móveis de sua própria casa, Hugo perguntou se ele (Luiz) tinha ido no colégio aprender tudo aquilo! Luiz respondeu: “no colégio, não ... foi a cabeça, a vida que tinha ensinado... ia aprendendo, prestando atenção... descobrindo como usar a madeira, mexer com as ferramentas ...” e acrescentou: “Tu Hugo, até ficares grande, precisas estudar bastante...até poderes te sentir realizado...”!




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