Família CECCHELLA/CECHELLA
- RAÍZES HISTÓRICAS -
História da imigração italiana
Luiz Fernando Cechella
Pretendo, com este texto, relatar o contexto histórico da época em que grande número de italianos emigraram para o Brasil, estando, entre eles, meu bisavô Luigi Cecchella.
Napoleão Bonaparte, em 1805, unificou a Itália e foi reconhecido como criador da Nação Italiana. Com sua derrota, o domínio da Itália voltou para Áustria. A Santa Aliança causou, na população, sentimentos de ódio ao estrangeiro e um ardente desejo pela unidade política.
As primeiras conspirações iniciaram em 1820, no Piemonte.
Em 1848, deflagrou-se a Revolução. “Fuori i Barbari!”( Fora os Bárbaros!).
O assassinato do Ministro Rossi em Roma causou ruptura entre o povo e o Papa Pio IX, que deixava a cidade.
Carlos Alberto, Rei de Turim, agindo só, embora a França tenha oferecido ajuda, foi derrotado em 1849 e abdicou em favor de seu filho Vitor Manuel.
Com a ajuda da França, a Áustria restabeleceu seu domínio em todas as partes da Itália. A unificação estava adiada
Por felicidade, a Itália encontrou o homem providencial, Camilo Cavour, político e diplomata de primeira linha, animado pela popularidade de Vitor Manuel II e pela audácia de José Garibaldi.
Preparou o Piemonte, melhorando sua economia, organizando o exército e pregando o liberalismo.
Em 21 de julho de 1858, selou a aliança franco-sarda (a Itália do Norte era liberada dos austríacos, dos Alpes ao Adriático, e Sabóia e Nice voltavam para o domínio francês).
Em 1º de janeiro de 1859, Cavour mobilizou o exército contra a Áustria, e Napoleão entrou na guerra. Em 4 de junho, ocupou Milão e em 24 de julho Solferino.
A Prússia impediu que Napoleão completasse a obra.
Em novembro de 1859 Cavour se demitiu.
Era agosto de 1860, quando Modena, Parma e Bolonha anexaram-se ao Piemonte e, posteriormente, Garibaldi, renunciando seus sonhos republicanos, anexou a Sicilia e Nápoles.
O reino italiano nasceu em 17 de março de 1861, poucos meses após a morte de Camilo Cavour.
Já em 1864, a capital era transferida para Florença. A questão italiana foi difícil de resolver por resistência dos católicos e dos franceses.
A primeira tentativa de Garibaldi fracassou porque foi interrompida pelos próprios italianos em 1862.
A segunda tentativa levou à intervenção da divisão francesa, causando um choque sangrento em Mentana em 3 de novembro de 1867.
Em 8 de dezembro de 1869, o Papa, mantendo sua posição autoritária, convocou o Concílio Vaticano que proclamou a infalibilidade do Papa. Como conseqüência as tropas francesas se afastaram de Roma, quando irrompeu a Guerra Franco-Prussiana.
Em 20 de setembro de 1870, as tropas entraram em Roma. O Rei Vitor Manuel transferiu a capital para Roma.
A unificação estava completada, persistindo algumas regiões em poder da Áustria (Trieste, Tirol, Istria, Trento) e da França (Nice e Córsega).
“A Itália está feita era dito comum; agora só resta fazer os italianos”.
A vida política do novo reinado de 1870 a 1878 foi dominada, no início, por problemas religiosos e políticos.
O Papa protestou contra a expoliação de que fora vítima.
O governo ofereceu a propriedade de Latrão e do Vaticano. O Papa, considerando-se prisioneiro, recusou a proposta e proibiu os católicos de votarem.
A morte de Vitor Manuel e de Pio IX não modificou as difíceis relações entre Governo e o Papado.
Os problemas financeiros foram resolvidos com pesados impostos.
Somente em 1900 a calma voltaria à Itália com Vitor Manuel III, com a criação de grandes cooperativas agrícolas e com o surgimento de empresas industriais. A economia, de deficitária, passou a ter superávit com excedentes orçamentários.
Iniciaram-se, nesta época, com o nascimento da burguesia industrial, as reformas sociais como, relações no trabalho e na previdência. Foi durante o período de insegurança sócio-políticoeconômica, que nossos ancestrais, numa atitude extrema, resolveram emigrar à procura de melhores condições de vida para si e seus descendentes.
Fonte: Enc. Delta Larousse – vol.3.
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